Júpiter é o arquétipo do Rei dos Deuses e representa a busca pela verdade e por sentido. Reina sobre o firmamento e sobre a superfície da terra. O seu poder é quase absoluto. Onde toca, faz expandir. O que ordena tem o peso de uma lei, à qual todos temos de obedecer.
Mas Júpiter não reina nas águas nem no submundo. Esses domínios pertencem aos seus irmãos, Neptuno e Plutão.
O senhor do submundo é Plutão. Lá em baixo, nas profundezas, ele faz um trabalho invisível de transformação. A sua tarefa é transformar cada ser humano para que seja fiel à sua própria verdade.
Em 2020, Júpiter e Plutão tiveram 3 encontros muito significativos no signo de Capricórnio (nos graus 22º e 24º). No gráfico de Human Design, esse encontro ocorreu no Centro da Cabeça, na porta 61 (Verdade Interior - A porta do Mistério).
Se visualizarmos o gráfico, o Centro da Cabeça fica no topo, já fora do corpo físico. Imaginando que o Centro da Raiz corresponde ao Submundo, reino de Plutão, podemos imaginar que o Centro da Cabeça é o Monte Olimpo, a morada de Júpiter.
Quando o rei do Submundo se dirige à morada celeste, o assunto é sério. O que é que Plutão pretende? Ele gosta de fazer renovações, mas opera sempre de forma profunda. Onde toca, algo morre.
Estes dois planetas estão focados em encontrar a verdade, e o seu encontro acontece na porta da Verdade Interior.
Júpiter é generoso, mas quando se encontra com Plutão, vai ter de negociar.
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O Centro da Cabeça é um centro de pressão. Isso diz-nos que este encontro de Júpiter e Plutão veio pressionar a humanidade para operar uma renovação e expansão da sua consciência.
O local exato onde este dois poderosos planetas se encontraram é o ponto de entrada da Verdade Interior. É o portal de acesso ao Mistério e aos princípios estruturais universais.
A proposta de Júpiter e Plutão seria transformar o acesso às formas de expansão da consciência, abrindo portais para que pudéssemos aceder a novas perspectivas, a um novo modo de ver a vida e a realidade.
Vamos olhar para as três visitas de Plutão ao Monte Olimpo, morada dos deuses, para tentar perceber o que nos estava a ser pedido.
1ª visita
4 de Abril de 2020
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Na 1ª visita, Júpiter e Plutão conversaram acerca de ideias que sabiam que iriam chocar o mundo e mudar a perceção do coletivo. Estavam a penetrar uma nova realidade e sabiam que o bem-estar de muitas pessoas seria ameaçado, obrigando-as a retirar-se.
Uma suposta verdade seria universalizada, anunciada por pessoas influentes, que não admitiriam ser desafiadas. Iriam exercer pressão para moldar o coletivo com o seu conhecimento e influência. Ainda que essa pressão resultasse em grandes desafios e indignação coletiva, com o ambiente a pedir que as normas fossem desafiadas de forma aberta e que as pessoas se adaptassem a mudanças extremas.
Era o momento da humanidade iniciar um processo de limpeza profunda, de perceber quais os seus verdadeiros valores internos (não os valores da sociedade, mas os valores pessoais de cada um) e de fazer tudo para se manter íntegra.
O potencial de Despertar e de potenciar a sobrevivência estava ativado neste encontro para aqueles que vivessem em alinhamento com a sua verdade interna, confiando na sua intuição, de forma a empoderarem-se a si mesmos.
Era preciso organizar o estado das coisas, criando acordos para manter a separação, de forma a permitir a libertação. Mas também caindo num zelo desestabilizador.
A solidão tinha invadido o coração em choque da humanidade.
Os códigos de comportamento habituais começariam a ser transgredidos, criando-se por vezes situações embaraçosas. Pessoas mais imaturas iriam ter explosões de egoísmo e os comportamentos dogmáticos iriam tornar-se mais visíveis.
2ª visita
30 de Junho de 2020
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Na 2ª visita, Júpiter e Plutão decidiram que era necessário corrigir o que estava errado e encontrar novas soluções, acordando trazer paz e segurança para a construção de um novo tipo de comunidade.
Urano também surgiu neste encontro, trazendo a sua qualidade inovadora e explosiva para o processo de racionalização. Seria necessário ter resiliência mental e capacidade de adaptação, para não nos martirizarmos com os erros cometidos.
Urano pode ter criado ainda mais pressão mental, sonhos confusos, delírios, alucinações. Ou inspirações súbitas, rasgos luminosos e inspiradores.
Estes planetas decidiram colaborar no processo de encontrar a verdade, mas cedo perceberam que estavam a criar uma ilusão: a ilusão de que a colaboração iria reforçar a inspiração. Era preciso pesquisar, envolvendo outros nesse processo, e isso daria origem a uma diversidade de aplicações confusas.
Período difícil para a humanidade, que nesta confusão se arriscava a afastar-se ainda mais da verdade interior.
Era uma altura de grandes sacrifícios para alguns, numa luta contra a própria morte.
Júpiter e Plutão viram o que se passava no mundo e jogaram as mãos à cabeça (brincadeira, eles estavam literalmente no Centro da Cabeça).
O ambiente oscilava entre a capacidade de sabermos qual o nosso lugar e o nosso dever, apesar das circunstâncias, e uma sensibilidade excessiva à forma como as outras pessoas se comportavam, fazendo exigências extremas.
Cada indecisão acerca de confrontar os obstáculos se tornaria uma provocação. O espírito guerreiro de uns permitiria manter um estado de inocência, mesmo perante a decadência que se estava a revelar. A tendência de expressar a fantasia como sendo um facto real ameaçava manter-nos presos a uma ilusão coletiva.
Júpiter e Plutão já não estavam simplesmente a conversar. Estavam a pôr as mãos na matéria.
3ª visita
12 de Novembro de 2020
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Quase no final do conturbado ano de 2020, Júpiter e Plutão voltaram a reunir-se para pedir explicações.
Era o momento de nos abrirmos a um conhecimento de qualidade revolucionária que teria de ser explicado. Era também o momento de percebermos que estávamos numa transformação profunda, em que algo teria necessariamente de morrer.
Foi-nos pedido que nos adaptássemos à necessidade de interdependência. A verdade não consegue estar sozinha. Tem de ser atualizada através da nossa capacidade de criar relacionamentos, para que que possamos garantir um ambiente estável. Quando colaboramos uns com os outros, em vez de nos mantermos numa postura de separação, temos mais acesso ao saber.
No entanto, veríamos algumas pessoas a segurar uma verdade e a mostrar grande impaciência quando os outros não as ajudavam a explicá-la.
Para que serve uma verdade que não consegue ser trazida ao mundo? Nada fará para mudá-lo. É preciso saber explicá-la, trazê-la para a prática, usá-la com sabedoria para que as coisas possam funcionar.
Estávamos num momento de reestruturação profunda, de pausas e de avanços, que nos levavam a sentir inadequados, sem acesso ao verdadeiro conhecimento. Sentíamo-nos frustrados por não encontrar soluções. Mas por vezes elas surgiam, e podíamos até ver a beleza do processo com o qual estávamos identificados: um processo que talvez permitisse trazer o conhecimento intuitivo ao mundo, de modo a aperfeiçoar aquilo que não funciona.
É preciso olhar a longo-prazo, para partilhar com talento uma base fundamental para o bem-comum.
O ambiente estava mais focado nas condições materiais. Alguns tentavam encontrar oportunidades para trazer princípios mais elevados para o plano material; outros, em reunir grupos para benefício próprio, enquanto procediam à censura, quer para preservar o poder de certos egos, quer para proteger o coletivo.
Harmonia nos relacionamentos e liderança eram temas fortes. Quem tem a capacidade de nos guiar de forma harmoniosa, e que nos permita preservar com responsabilidade os nossos valores? Quem não sabe ou não quer liderar? Quem são os líderes que batem em retirada?
Urano continuava a investigar, a trazer revoluções súbitas, insights inesperados. Por vezes ficava preso ao passado, às voltas. Sentia-se a sua eletricidade nas nossas mentes. Iluminava ou rebentava?
Neptuno e Saturno
Enquanto estes 3 encontros ocorriam, o senhor das águas, Neptuno, esteve submerso no Plexo Solar, o nosso centro emocional.
Conseguiste escutar o rumor das tuas águas internas?
A proposta aqui era a possibilidade de uma nova transcendência inspiradora, mas por vezes sentíamos somente a confusão e a desilusão do vazio. Entre o estado de graça e a melancolia profunda, o principal tema de Neptuno foi a abertura social ou a sua inexistência.
Saturno, o mestre, o senhor do karma, esteve sempre sentado no Centro da Raiz (outro centro de pressão), na porta das Limitações. Se houve ano em que a humanidade se sentiu pressionada e aprisionada, foi 2020.
Uma das possíveis propostas deste aperto foi mostrar-nos uma nova verdade, uma nova forma de chegar aos Mistérios.
Com o impulso certo podemos ir tocar o que há para além das estrelas.
Essa verdade já não pode ser encontrada no modo como as coisas eram feitas no passado. Também não chegaremos a ela de forma lógica, analisando padrões e testando aquilo que pode ser testado.
Trata-se da Verdade Interior: individual, súbita, única, melancólica, criativa.
O Universo estava a tentar falar connosco por via direta. A abertura está no topo da nossa cabeça, à espera que fiquemos em silêncio para receber as dádivas destes grandes mestres que são os arquétipos da Expansão e da Transformação.
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Pallas Atena na porta 61
O 3º maior asteróide, Pallas Atenas, estava também na porta 61 durante os 3 encontros entre Júpiter e Plutão.
Segundo o mito, a deusa Atena nasceu já adulta e armada, a partir da cabeça do seu pai, Zeus (Júpiter). Não tendo nascido de uma mãe, ficou associada à polaridade masculina e estratégica, e a sua mitologia original foi adaptada de modo a servir a mudança que estava em curso na Grécia: do matriarcado para o patriarcado.
Atena é a deusa da Sabedoria e protetora da cidade de Atenas. Era considerada a 2ª divindade mais importante na Grécia clássica, logo a seguir a Júpiter, e estava sempre ao lado do pai, usando a sua sabedoria estratégica e o seu pensamento intuitivo para consolidar a liderança do rei dos deuses.
É muito significativo encontrar o asteróide Pallas Atenas nas 3 conjunções de Júpiter e Plutão (em duas delas, no grau exato), pois ela de facto nasceu da Cabeça, o centro energético onde todo este processo decorreu.
Em 2020, a proteção das pessoas foi um dos temas dominantes, e foram usadas estratégias agressivas para assegurar a eficácia dessa proteção. A agressividade de Pallas Atena fez-se sentir sempre que a Verdade era posta em causa.
O encontro de qualquer planeta com Plutão inaugura um novo ciclo de transformação para esse planeta. Ao serem tocados pelo senhor do Submundo na porta dos Mistérios, Júpiter (aquilo em que acreditamos) e Pallas Atena (o nosso potencial de trazer ideias à manifestação), terão iniciado uma nova aventura nos processos de consciência.
Para muitas pessoas, pode ter sido o início de um ciclo altamente criativo, sobretudo em termos intelectuais, filosóficos ou espirituais. Para outras, o aspeto guerreiro da deusa pode ter ativado zonas de conflito, sem resolução.
Com a sua estratégia criativa e o seu espírito guerreiro, Pallas Atena veio mostrar-nos que cabe a cada um de nós abrir o portal de acesso à Verdade Interior e que temos de permancer íntegros na nossa Verdade.
Gostarias de alinhar-te à magia dos planetas?
Estamos a viver um período de grandes mudanças, e através da dança dos planetas podemos ler a proposta que o cosmos tem para nós.
Gosto de olhar para a mitologia e para o significado simbólico dos astros e relacioná-los com o percurso individual de cada ser, para criar um senso de pertença, um sentido maior. É importante sabermos que não estamos sozinhos, e que o campo de inteligência do universo se expressa sabiamente através da magia dos planetas.
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